sábado, 25 de setembro de 2010

BOMBAS JAPONESAS SOBRE OS ESTADOS UNIDOS

Os estudos para a utilização de balões como portadores de bombas começaram no Japão sob o nome de projeto Fu-Go.
O balão deveria suportar ventos de 300 km/h e manter sempre sua altitude de voo dentro da corrente de ar
Os japoneses decidiram construir um balão à base de camadas de papel feito de fibras do kozo (amoreira), coladas com uma pasta chamada konnyako, obtida a partir de um tipo de batata japonesa. A pasta cobria os poros do papel, impedindo que o hidrogênio, com o qual o balão era inflado, escapasse.
O maior problema a ser resolvido era o de manter o balão dentro da corrente de ar. A noite, a temperatura exterior poderia chegar até -50°C enquanto, durante o dia, podia variar entre 0° e 30°C, o que produziria contrações e dilatações, além da perda de sustentação, em função do resfriamento ou aquecimento do hidrogênio. O balão teria de manter-se entre os 9.144 metros e 11.582 metros de altitude, intervalo por onde a corrente circulava, durante os 9 mil quilômetros do trajeto entre Japão e Estados Unidos. Para solucionar a questão, foi criado um engenhoso sistema que consistia no seguinte: um anel de alumínio perfurado sustentava um explosivo e ficava envolto por uma corda da qual pendia um saco de lastro a cada duas perfurações. Ele ficava suspenso no balão por meio de 19 cabos de 15 metros de comprimento, presos em sua parte inferior a um único cabo e, na superior, a um sistema de suspensão incorporado à esfera do balão.
O balão era lançado algumas horas antes do amanhecer e inflado o suficiente para chegar à altura em que a corrente circulava. Quando os raios de sol incidiam sobre a esfera do balão, o hidrogênio aquecia-se e expandia o balão, fazendo-o elevar-se ainda mais, mas sem ultrapassar o limite superior da corrente. Nessa altitude, ele se manteria ao longo do dia. Quando a noite chegava, a baixa temperatura produzia o efeito contrário e o balão descia. Se a altitude chegava perto do limite inferior, um barômetro enviava um sinal elétrico, gerado por uma bateria de 1,5 volt montada sobre ele, a um dos pares de detonadores que, ao explodirem, cortavam a corda que mantinha suspenso o saquinho de lastro contendo 3 quilos de areia. Isso aliviava o peso do balão e fazia que ele se elevasse. Esta operação repetia-se durante todo o trajeto, desenhando uma trajetória ondulada.

Detalhes dos sacos de lastro necessários nos balões para superar os problemas decorrentes da longa travessia e da grande altitude

Quando estivesse sobre a América do Norte, um pequeno ativador, colocado na junção das duas meias esferas do balão, acendia um pavio de 20 metros de comprimento e de combustão lenta que chegava até o anel de alumínio, onde começava a desenvolver-se o processo de lançamento das duas bombas incendiárias, uma bomba antipessoal de 15 quilos e a carga de autodestruição do balão. Depois de 1 hora e 22 minutos, tempo que o pavio levava para queimar, ele alcançava o dispositivo de lançamento e iniciava a combustão de dois outros pavios: um, com um tempo de queima de 2 minutos e 16 segundos, ativava o sistema de lançamento das bombas; o outro, que se consumia em 2 minutos e 49 segundos, fazia o balão explodir com uma carga de autodestruição.
Entre outubro e abril, a corrente podia atingir velocidades que variavam de 193 a 298 km/h. Durante os cinco meses em que se podia realizar a operação, de novembro a março, dispunha-se de apenas 50 dias em que as condições eram adequadas para a operação. Por isso, para o outono de 1944 os japoneses construíram cerca de 10 mil balões. O lançamento sobre os Estados Unidos começou em 3 de novembro de 1944, à razão de 200 por dia. Ao todo, os japoneses lançaram 9,3 mil balões, dos quais 250 alcançaram os Estados Unidos.
Em 5 de maio de 1945, o reverendo Archie Mitchell, acompanhado de sua esposa grávida e de cinco crianças da congregação, saiu da igreja de Bly, no estado de Oregon, para dar um passeio pelo bosque, quando viu um balão murcho pendurado nos galhos de uma árvore. Um dos componentes do grupo começou a puxar as cordas e a bomba anti pessoal explodiu matando todos os integrantes do grupo, com exceção do pastor. Estas foram as únicas mortes de civis causadas por um ataque japonês aos Estados Unidos. Em suas lápides, figura a inscrição:

"Mortos por um balão-bomba inimigo".

Os curiosos BALÕES-BOMBA. OS norte-americanos registraram 285 sobre seu território, embora se calcule que chegaram mil dos 9 mil lançados pelos japoneses

Fonte: Coleção 70 anos da IIª Guerra Mundial - fascículo nº 24


Forte Abraço
Osmarjun

sábado, 18 de setembro de 2010

O VENTO DA MORTE!


A MORTE VEM COM O "VENTO DIVINO"

O Japão do século XIII estava em desenvolvimento, à população aumentou, os povoados começaram a crescer e alguns se converteram em cidades. Ampliou-se o comércio com a China, com aquisição de riquezas e novas idéias. O código de honra dos samurais, de uma simples série de lealdades feudais, transformou-se em vigoroso código moral, que se manteve nos séculos posteriores. Contudo durante a regência da família Hojo, houve duas invasões de mongóis procedentes da China, onde haviam conquistado o poder. Em ambas (1274 e 1281), os mongóis foram derrotados pelos japoneses, com a ajuda de dois violentos e oportunos furacões. O kamikaze, ou "vento divino", fez os japoneses acreditarem que eram um povo protegido pelos deuses. A derrota mongol foi de importância crucial na história japonesa e contribuiu como nenhum outro acontecimento anterior para criar um arraigado sentimento de orgulho nacional.


Nos meses finais de 1944 os japoneses, apesar de toda bravura, vontade e ódio principalmente pelos americanos, já davam claros sinais de enfraquecimento de sua máquina de guerra. Neste momento do conflito ressurge a figura do sacrifício suicída pela pátria do sol nascente.
O criador da ação kamikaze foi o almirante da Marinha Takajiro Onishi. Em 19 de outubro de 1944, Onish comunicou a seus pilotos que os americanos haviam desembarcado nas Filipinas. A batalha naval estava próxima, e os métodos tradicionais não seriam suficientes para deter os inimigos. Havia, porém, uma esperança. Aviões de caça do tipo Zero, armados com uma única bomba de 250 quilos, se chocariam contra navios inimigos. A ousadia e o poder destruidor do ataque seriam fatais. As missões eram sempre realizadas acompanhadas por outros aviões mais modernos, a fim de proteger a ação dos kamikazes, para que finalizassem sua missão e objetivo e avaliar e relatar posteriormente seu sucesso ou não na ação.
Havia duas opções de vôo para atingir seus objetivos, um deles era o de mergulho tentando possivelmente acertar o convés onde o estrago era infinitamente maior, ou voando de forma horizontal rente a linha do mar, tentando acertar o convés inferior onde geralmente se guardavam as munições dos navios.


No dia 25 de outubro de 1944, na Batalha do Golfo de Leyte, foram relatados os primeiros ataques da Força de Ataque Especial (Tokkotai, ou Esquadrão kamikaze). Eram 07:40 da manhã, quando marinheiros americanos da Primeira Frota Armada receberam o aviso de ataque aéreo. Seis caças atacaram, sendo dois abatidos pelas armas antiaéreas e um terceiro veio a se chocar com o porta-aviões Santee, os três restantes se afastaram, mas quando tudo parecia terminado um voltou e num mergulho atingiu o porta-aviões Suwanee. No ataque, 31 marinheiros foram mortos e mais 82 foram feridos. Apesar disso, a frota japonesa sofreu pesadas baixas, e nunca mais operaria com eficiência.
Muitos ocidentais ficam chocados ao ver as táticas Kamikazes, a idéia de colocar um garoto em um avião e dizer para ele se matar chocando seu avião contra seu alvo. Mas mesmo se você não disser para ele se chocar contra nada, colocar um garoto com apenas 20 horas de vôo e mandar ele enfrentar pilotos americanos em Hellcats e Corsairs, é uma tática tão suicida quanto o Kamikaze. Nós entendemos que, se eles têm de morrer de qualquer jeito, o ataque Kamikaze irá causar maior dano ao inimigo, com o mesmo custo em vidas, os ataques suicidas resultaram no afundamento de 57 navios, 108 totalmente destruídos, 83 parcialmente destruídos e 206 danificados e na morte de milhares de marinheiros, A possibilidade de transformar-se em um herói incandescente era um privilégio.
Os 2.198 pilotos que jogaram seus aviões contra o inimigo eram todos voluntários; a lista de candidatos a kamikaze foi sempre maior do que o número de aviões disponíveis.


O avião Zero possuía uma maneabilidade muito boa, mas não em velocidades maiores, pois o manche ficava extremamente pesado, então se o piloto kamikaze tentasse um mergulho direto, seria quase impossível acertar o alvo. A tática era voar baixo, rente a água, esquivando-se do fogo inimigo para atingir o alvo.
A ultima noite dos pilotos eram usada para escreverem cartas para seus parentes, no dia seguinte, ao amanhecer, a esquadrilha se reunia no campo, tomavam uma ultima taça de saque, fumavam um cigarro e partiam para o ataque final. No momento da decolagem os pilotos vestiam na testa, uma faixa de algodão branco desenhos de vários significados e levavam uma espada, igual a que os samurais usavam em batalha para avisar que estavam dispostos a morrer pela honra. Nas fotografias da época é possível ver o sorriso sereno dos jovens a caminho da morte.

O ano era 1944, o local ironicamente chamava-se Oceano Pacífico, e o mensageiro dos ventos trazia diariamente a morte!


Fonte: Texto e fotos retirados da internet, da coleção 70º Aniversário da II Guerra Mundial e anotações pessoais do autor do blog
Osmarjun

domingo, 5 de setembro de 2010

German Feldgendarme - Fotos - Trabalho Finalizado

Conforme havia prometido anteriormente segue neste post as fotos do meu trabalho mais recente "German Feldgendarme". Em postagem anterior eu já havia publicado a parte histórica da pesquisa para a montagem e agora aqui estão as fotos:







a figura participando do XV Open de Campinas em agosto passado e fotografada por um outro modelista





Espero que apreciem, forte abraço!
Osmarjun